Em todas as almas há coisas secretas cujo
segredo é guardado até à morte delas. E são guardadas, mesmo nos momentos mais
sinceros, quando nos abismos nos expomos, todos doloridos, num lance de
angústia, em face dos amigos mais queridos - porque as palavras que as poderiam
traduzir seriam ridículas, mesquinhas, incompreensíveis ao mais perspicaz.
Estas coisas são materialmente impossíveis de serem ditas.
A própria Natureza
as encerrou - não permitindo que a garganta humana pudesse arranjar sons para
as exprimir - apenas sons para as caricaturar. E como essas ideias-entranha são
as coisas que mais estimamos, falta-nos sempre a coragem de as caricaturar.
Daqui os «isolados» que todos nós, os homens, somos. Duas almas que se compreendam
inteiramente, que se conheçam, que saibam mutuamente tudo quanto nelas vive -
não existem. Nem poderiam existir. No dia em que se compreendessem totalmente -
ó ideal dos amorosos! - eu tenho a certeza que se fundiriam numa só. E os
corpos morreriam”
Mário de Sá-Carneiro, in 'Cartas a Fernando Pessoa
Por mais que alguém nos conheça - por mais que o aceitemos como dádiva interior - os insondáveis segredos travam essa ilusão. E se às vezes nem cada um maneja bem entre os interstícios da alma...
ResponderEliminarPVM
Olá :)
ResponderEliminarSó agora tive conhecimento. Gosto de te ver por aqui :)
Henrique Schanderl
PVM,
ResponderEliminarSomos como estranhos íntimos de nós mesmos, que dizer de outros... Obrigado e bem vindo ao meu cantinho...
Amigo Henrique,
ResponderEliminarÉ tão bom saber que há vida nas ilhas...
bj
:-) <3 <3
ResponderEliminar<3<3<3<3
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