"Sorvendo a borra da sua própria chávena,
Sabbath levantou finalmente o olhar do submerso erro crasso que era o seu
passado. Por acaso o presente também estava em curso, construído dia e noite
como os navios-transporte de tropas em Perth Amboy durante a guerra, o
venerável presente que recua até à antiguidade e prossegue a direito da
Renascença até hoje - era a esse presente sempre-a-começar e interminável que
Sabbath renunciava. Acha repugnante a sua inexauribilidade. Só por isso devia
morrer. E depois, que importa que tenha levado uma vida estúpida? Qualquer
pessoa com alguma inteligência sabe que está a levar uma vida estúpida mesmo
enquanto está a levá-la. Qualquer pessoa com alguma inteligência compreende que
está destinada a levar uma vida estúpida porque não há outra espécie de vida.
Não existe nada de pessoal nisso."
Philip Roth, in 'Teatro de Sabbath'
Sem comentários:
Enviar um comentário
Respirem fundo e desabafem,:)