10/03/12

Pandora...



Na mitologia grega, Pandora ("a que possui todos os dons", ou "a que é o dom de todos os deuses") foi a primeira mulher, criada por Zeus como punição aos homens pela ousadia do titã Prometeu em roubar aos céus o segredo do fogo.
Pandora era a filha primogénita de Zeus que, aos 9 anos de idade, recebeu como presente do pai o colar usado por Prometeu que lhe foi retirado ao pagar como pena por roubar o fogo dos deuses. Pandora, então, arranjou uma caixa para guardar o seu colar, a mesma caixa em que ela guardou a sua mente e as lembranças do seu primeiro namorado, Narciso.
 A caixa podia guardar bens de todo o género, à exceção de bens materiais. Como o colar era um bem material, autodestruiu-se.
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Para Pandora o colar tinha um valor sentimental enorme… Como a caixa guardava lembranças com a intenção de sempre as recordar ao "dono", Pandora sentia-se sempre triste. Tentou destruir a caixa para ver se a lembrança desaparecia, mas não funcionou, a caixa era fruto de um grande feitiço, que impedia de ser destruída. Pandora então, aos 36 anos, suicidou-se.
A caixa de Pandora é uma expressão muito utilizada quando se quer fazer referência a algo que gera curiosidade, mas que é melhor não ser revelado, sob pena de se vir a mostrar algo terrível, que possa fugir do controle. Esta expressão vem do mito grego, sobre a caixa que foi enviada com Pandora a Epimeteu.
Pandora foi enviada a Epimeteu, irmão de Prometeu, como um presente de Zeus. Prometeu, antes de ser condenado a ficar 30.000 anos acorrentado no Monte Cáucaso, com o seu fígado a ser constantemente devorado pelo abutre Éton , alertou o irmão quanto ao perigo de se aceitar presentes de Zeus.
Epimeteu, no entanto, ignorou a advertência do irmão e aceitou, tomando Pandora como esposa. Pandora trouxe uma caixa, jarra ou ânfora, de acordo com diferentes traduções), enviada por Zeus na sua bagagem. Epimeteu acabou por abrir a caixa, e libertando os males que haveriam de afligir a humanidade dali em diante: a velhice, o trabalho, a doença, a loucura, a mentira e a paixão. No fundo da caixa, restou a Esperança (ou segundo algumas interpretações, a Crença irracional ou Credulidade). Com os males libertados da caixa, terminou a idade de ouro da humanidade.
Podemo-nos perguntar quanto ao sentido desta lenda: porque é que uma caixa, ou jarra, contendo todos os males da humanidade conteria também a Esperança? Na Ilíada, Homero conta que, na mansão de Zeus, haveria duas jarras, uma que guardaria os bens, outros os males. A Teogonia de Hesíodo não as menciona, contentando-se em dizer que sem a mulher, a vida do homem não é viável, e com ela, mais segura. Hesíodo descreve Pandora como um "mal belo”.
O nome "Pandora" possui vários significados: panta dôra, a que possui todos os dons, ou pantôn dôra, a que é o dom de todos (dos deuses).

A razão da presença da Esperança com os males deve ser procurada através de uma tradução mais acurada do texto grego. A palavra em grego é definida como a espera de alguma coisa; pode ser traduzida como esperança, mas essa tradução seguramente é arbitrária. Uma tradução melhor poderia ser "antecipação", ou até o temor irracional. Graças a Pandora ter fechado a jarra no momento certo, os homens sofreriam somente dos males, mas não o conhecimento antecipado deles, o que provavelmente seria pior. Eles não viveriam o temor perpétuo dos males por vir, tornando suas vidas possíveis. Prometeu felicita-se de ter livrado os homens da obsessão com a própria morte.
Uma outra interpretação ainda sugere que este último mal é o de conhecer a hora da sua própria morte e a depressão que se seguiria por faltar a esperança.
Um outro símbolo está inserido neste mito. A jarra nada mais é que uma simples ânfora: um vaso muito grande, que serve para guardar grãos. Este vaso só fica cheio através do esforço, do trabalho no campo, seu conteúdo então simboliza a condição humana. Por consequência, será a mulher que a abrirá e a servirá, para alimentar a família.
A mentalidade politeísta vê Pandora como a que deu ao homem a possibilidade de se aperfeiçoar através das provas e da adversidade (o que os monoteístas chamam de males). Ela dá-lhe assim a força de enfrentar estas provas com a Esperança. Na filosofia pagã, Pandora não é a fonte do mal; ela é a fonte da força, da dignidade e da beleza, portanto, sem adversidade o ser humano não poderia melhorar.

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