1 andar sem mala
A verdade é que eles se gabam de andar pela vida com uma carteira no bolso de trás das calças (e também se fartam de ser roubados, mas isto eles nunca dizem) mas depois quando querem um lenço de papel a mulher é que tem, se precisam de uma aspirina gritam ‘não tens por aí uma aspirina?’, se têm de assinar, a caneta é da mulher, e não acabam o dia sem pedir ‘Ó querida, guarda-me aí o telemóvel/livro/portátil na tua mala’, e ainda vamos com sorte se não acrescentar, com a maior lata, ‘... não pesa nada e tu já estás habituada a andar com tudo atrás’. Mas enfim. É verdade que, se ao chegar a casa fizermos a análise das coisas que usámos verdadeiramente ao longo do dia, não precisamos de metade do que trazemos na mala.
Se não podemos andar sem ela, podemos pelo menos andar mais leves...
2 A ser mais confiante
Se há coisa que um homem nunca admitirá, é que não sabe. O caminho, a solução, onde largou o telemóvel, quanto dá 2 mais 2. Quando muito, já não se lembra. Mas vai lembrar a qualquer altura. Em vez de acharmos que somos umas ignorantes porque o professor de matemática do 7.º ano era um incompetente e nunca soube iniciar-nos nas alegrias dos algoritmos, podíamos pensar que temos imensas ‘competências’ (em linguagem de marketing) e que se eles não dão por isso é porque estão demasiado ocupados a contemplar o próprio umbigo, desporto que, aliás, também podíamos praticar mais (com o nosso próprio umbigo, bem entendido).
3 A não nos preocuparmos tanto com a imagem
Um homem, quando passa em frente a um espelho, não pensa automaticamente: ‘Ó céus, que tipo tão gordo! Tão mal amanhado! Com tantas banhas! Ó céus, espero que a Maria Cristina nunca tenha reparado naquele pelo espetado do nariz! Ai que queixo de bruxa, herdei-o do meu avô Inácio, tadinho! Que depilação tão mal feita! Ai neste outono tenho mesmo que abater uns quilitos, senão a Maria Cristina troca-me pelo Horácio Xavier que anda com ela no Attack!’ Não. Eles passam, ajeitam as calças e sorriem. Era o que devíamos fazer todas. Dê lá por onde der, nunca faça perguntas a um espelho. Toda a gente sabe desde a Branca de Neve que eles respondem sempre sempre sempre ‘Sim, minha rainha, és bela, mas a Joana Marta da contabilidade é ainda mais bela’.
4 A não ser picuinhas
“Não me ligaste porquê? Já não gostas de mim? Mas quando me conheceste ligavas-me todos os dias. E mandavas-me raminhos de flores. E sms com mensagens românticas. Lembraste-te de vestir o casaco azul à Ritinha antes da escola? O amarelo porquê, não dá com as calças que ela levou! Compraste gelado para o jantar? Mas esse tem pepitas e eu não gosto de pepitas. Sim, gosto de chocolate mas não gosto com pepitas. Podes ir lá trocá-lo? Não porquê, que diferença é que te faz, tens assim tanto para fazer na vida?” Relaxe. Respire fundo. Nada tem assim tanta importância. Por que é que temos de controlar tudo? Por que é que sofremos da síndroma do Mr. Spock (desculpem mas não me lembro do nome do capitão) e achamos sempre que temos de estar aos comandos da nave?
5 A não sofrer por antecipação
‘Ai que a criança pode nascer torta! O carro pode estampar-se noutro carro! O outro carro pode ser um Maserati e o meu seguro não cobre descapotáveis! A Troika pode pedir metade do meu ordenado! O meu ordenado todo! Posso nunca encontrar o amor da minha vida! Vou-me chatear horrores na festa. A minha mãe vai morrer com Alzheimer! O meu gato vai ter cancro do fígado de tanto chocolate que lhe dou! Eu própria de certeza que vou acabar diabética!’ Não stresse: logo se vê, dizem eles, o que nos stressa ainda mais, mas de facto têm razão. Porquê sofrer por qualquer coisa que ainda não aconteceu?
6 A ser mais narcisista
Passamos a vida a lamentar-nos de que pensamos demais nos outros. Não só geralmente não é verdade, como corresponde ao péssimo hábito de fazermos as coisas à espera de retribuição alheia, coisas que, na maioria das vezes, os outros nem nos pediram... Onde é que fica o seu umbigo? Descubra já e apaixone-se por ele. E deixe lá os outros sossegados.
7 A ser mais prática
O esquentador pifou? O carro não arranca? O dinheiro não dá para tudo? A sua cunhada embirra consigo? O seu namorado moi-lhe o juízo? Em vez de levar as mãos à cabeça e pensar ‘mas por que é que não me casei com o Zé Paulo aos 19 anos e fiquei em Arcozelo a fazer renda, que tinha agora uma santa vida, 3 filhos, 2 vacas e uma sogra morta’, pense em formas de resolver o problema.
8 A SER MAIS CLARA
Eles não nos leem a mente (até porque geralmente não estão habituados a ler assim muita coisa) por isso temos mesmo de ser nós a fazer a tradução simultânea. Use menos palavras e diga o que quer, claramente. Ele vai agradecer-lhe. Em vez de ‘Olha, sei lá, estava aqui a pensar numa coisa, mas deixa lá, é demasiado caro e agora não estamos em estado de gastar dinheiro, pronto, não se pensa mais nisso’, diga logo ‘Olha, que achas de irmos passar o próximo fim de semana só nós dois a qualquer lado?’
9 A divertir-se mais
Eles jogam Fifa, saem com os amigos, bebem uns copos, vão ao ginásio e atiram as almofadas de ioga uns aos outros... E porquê? Porque acham que merecem. Afinal, já fizeram o seu trabalho, bem podem descansar. Nós, quando tiramos 10 minutos para ligar à melhor amiga, achamos logo que são 10 minutos roubados aos filhos/loiça/mãe/gato/marido/Revolução. Podíamos aprender com eles a relaxar mais, a perceber que só temos uma vida e que temos de vivê-la bem, e que se não formos egoístas de vez em quando, em última análise quem vai pagá-las são os tais ‘outros’ a quem somos teoricamente tão dedicadas...
10 A ir à luta
‘Yes, You Can’, dizia o Obama. Não se sabe se ainda acha a mesma coisa, mas lá que os homens se atiram de cabeça mais vezes do que nós, atiram. Acha que merece mais, que queria mais coisas da vida? Então atire-se! Lute pelo que quer, por quem quer, e pelo que merece.
12 A ser uma mãe mais descontraída
‘Ó Tiaguinho, olha que tu cais! Ai olha que se não levares casaco constipas-te e apanhas uma pneumonia e morres! Ai que vais partir uma perna! Ou as duas! Ai não saias de casa que podes ser atropelado na autoestrada e ficar paraplégico! Ai não corras tanto que te cansas, não apanhes vento que fazes otites, não durmas com o urso que tens asma, não andes descalço que te cortas naquele copo que partiste no mês passado!’ Não é ser desleixada (os homens também caem no extremo oposto) mas podíamos aprender com os pais a sermos mais descontraídas com os filhos.
Enviada por mail por uma amiga muito sábia :)
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Respirem fundo e desabafem,:)