Zena Holloway
Livros abertos de folhas desmedidas
de letras revoltadas,amargas, sem sentido.
Sopro de luz agreste que me ofusca
roubou-me a dor amarga de sofrer.
Sou folha ao vento, perdida, sem norte,
Sem amor, sem sorte, ancorada num cais.
Sou estrela sem rumo que brilha
num escuro de uma noite qualquer.
Anseio pelas rajadas que me levam,
mas que agora não sentem a minha falta,
serei dor assim tão amarga ?
serei rancor assim tão odiado ?
Nos meus pés levo o meu mundo
nas minhas mãos o vazio da vida,
trago na voz a humidade do deserto
e correndo neste mundo levo uma alma.
Sou eu, eu que até vivi pela metade,
eu que até ainda espero tudo de Deus,
das diabruras da vida e dos choros constantes,
temperamental mas nunca sozinha.
Tudo o que me rodeia é puro,
eu sou uma caixa negra de rodopios doidos,
que não me guardo, não me segredo,
Mas eu sou ainda eu.
Talvez me encontre meia perdida,
dentro das minhas próprias palavras,
dentro do meu próprio universo,
dentro da minha própria alma.
Mas eu ainda sou eu,
convencida que a luz chegue um dia,
e que todos os sonhos sejam por si só
a minha própria razão de viver!
Eu ainda sou eu...
D
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