09/04/14

Vigília!





Há muito que me pergunto “o que tenho a perder?”. Quase invariavelmente a resposta prevalecente no meu pensamento é: nada!

Na memória dos momentos vividos, nas esperanças, projectos, vivência do dia-a-dia, apenas o contacto com “os outros” desperta a minha atenção e solidariedade e logo me disponho a dar uma “achega”, tantas vezes insuficiente no julgado da minha consciência e acabrunhado pela retribuição de carinho e bem-estar de quem recebe.

É, talvez seja um dos “tais” que se recrimina por fazer pouco pelos outros, mas é um vício desgraçado estar atento às necessidades de terceiros muitas vezes descurando as nossas próprias.

Diz o povo, talvez com justa razão, que burro velho não aprende línguas novas. Pois… Foi mais por isso que aos 44 anos me matriculei no Curso de Organização e Gestão de Empresas da Universidade dos Açores. Tinha duas filhas a caminho da Universidade e mais uma que poucos anos depois seguiria também esse caminho.

O “burro velho” tinha de aprender línguas novas… Em boa hora o decidi, fiz e durante seis anos estive a aprender a linguagem e comportamento da juventude, seus anseios e projectos, seus horizontes e perspectivas, sua luta e dificuldades e incorporado na Associação Académica ajudando-os na sua luta interminável com o poder autocrático estabelecido.

Valeu a pena? De cada vez que à memória me vem um nome, um caso, recebo um e-mail, ou encontro alguém desses tempos … sinto o coração bater mais forte! Sim. Valeu!

E estou grato a todos por aquilo que me ensinaram, pelos horizontes que me abriram.


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