Há muito que me pergunto “o
que tenho a perder?”. Quase invariavelmente a resposta prevalecente no meu
pensamento é: nada!
Na memória dos momentos
vividos, nas esperanças, projectos, vivência do dia-a-dia, apenas o contacto com
“os outros” desperta a minha atenção e solidariedade e logo me disponho a dar
uma “achega”, tantas vezes insuficiente no julgado da minha consciência e
acabrunhado pela retribuição de carinho e bem-estar de quem recebe.
É, talvez seja um dos “tais”
que se recrimina por fazer pouco pelos outros, mas é um vício desgraçado estar
atento às necessidades de terceiros muitas vezes descurando as nossas próprias.
Diz o povo, talvez com
justa razão, que burro velho não aprende línguas novas. Pois… Foi mais por isso
que aos 44 anos me matriculei no Curso de Organização e Gestão de Empresas da
Universidade dos Açores. Tinha duas filhas a caminho da Universidade e mais uma
que poucos anos depois seguiria também esse caminho.
O “burro velho” tinha de
aprender línguas novas… Em boa hora o decidi, fiz e durante seis anos estive a
aprender a linguagem e comportamento da juventude, seus anseios e projectos,
seus horizontes e perspectivas, sua luta e dificuldades e incorporado na
Associação Académica ajudando-os na sua luta interminável com o poder
autocrático estabelecido.
Valeu a pena? De cada vez
que à memória me vem um nome, um caso, recebo um e-mail, ou encontro alguém
desses tempos … sinto o coração bater mais forte! Sim. Valeu!
E estou grato a todos por
aquilo que me ensinaram, pelos horizontes que me abriram.
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Respirem fundo e desabafem,:)