Gustave Klimt - o beijo
Há palavras
que nos beijam
Como se
tivessem boca.
Palavras de
amor, de esperança,
De imenso
amor, de esperançar louca.
Palavras
nuas que beijas
Quando a
noite perde o rosto;
Palavras que
se recusam
Aos muros do
teu desgosto.
De repente
coloridas
Entre
palavras sem cor,
Esperadas
inesperadas
Como a
poesia ou o amor.
(O nome de
quem se ama
Letra a
letra revelado
No mármore
distraído
No papel
abandonado)
Palavras que
nos transportam
Aonde a
noite é mais forte,
Ao silêncio
dos amantes
Abraçados
contra a morte.
Alexandre
O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
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