"Ainda sinto os pés no terreiro
Que os meus avós bailavam o pezinho
A bela Aurora e a Sapateia
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Se no falar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das Hortênsias
E no coração a ardência das caldeiras
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Trago o roxo a saudade esta amargura
E só o vento me ecoa mundos na lonjura
Mas trago o mar imenso no meu peito
E tanto verde a indicar-me a esperança
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde, tanta esperança
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra"
Letra de Manuel Medeiros Ferreira
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