"(..)Eu queria ser merecedor do Nelson Mandela. Queria que, se algum dia me tivesse visto, pudesse achar-me imperfeito sem tragédia. Apenas imperfeito e muita vontade de chegar onde ele chegou: ao lugar puro de sentir, de pensar. O lugar puro de se ser. Quem se objectiva por menos, pensa mal da oportunidade de viver.
Quando as notícias vierem dizer que o Nelson Mandela já não sabe quem é, tenhamos a fortuna de lho dizer e de o dizer a toda a gente e para sempre. (...) Penso assim, que são homens como ele que apontam o quanto é incrível existir. O resto pode ser apenas aparente. Um casino de flores falsas e gente perdida para dentro da sua própria couraça."
Casa de Papel, crónica Valter Hugo Mãe
revista 2, jornal Público, domingo, 24 de março de 2013
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