Trago o roxo, a saudade, esta amargura e só o vento me ecoa mundos na lonjura... Mas trago o mar imenso no meu peito e tanto verde a indicar-me a esperança Por isso é que eu sou das ilhas de bruma Onde as gaivotas vão beijar a terra
18/11/14
Eu sabia! Expectativas...
Eu sabia ...
Sabia que não estava só, que eram e são muitos que passam e passaram por esses tormentos, que não se libertaram e não se libertarão das memórias da guerra por muito que façam, ou não, para esquecer. São cicatrizes indeléveis que ao mínino toque reabrem em feridas sangrentas e porulentas!
Eu fiz o resgate no pós guerra. Voltei para zonas de combate, desta vez para o Leste, como civil com poderes de chefia distrital, em campanhas de produção agrícola de apoio às populações. Interagi e integrei-me com os povos Luena e Kioko que predominavam no distrito. Já tinha tido ligações com os Kiokos, alguns dos quais sob o meu comando, que se encarregaram de passar a "mensagem".
Estávamos em Malange quando recebi a proposta para o Moxico. Aceitei de imediato. Só depois disse à minha companheira. Só me perguntou: Porquê? Respondi: Preciso do resgate! (Ela sabia das minhas inquetudes, dos pesadelos, das irritações, das inconsequências, dos silêncios.) Então respondeu: Vamos!
Ontem vi na televisão uma reportagem sobre o stress de guerra. No fulcro da resportagem a suprema verdade:
PORTUGAL TRATOU DOS SEUS MORTOS EM COMBATE!
PORTUGAL ESQUECEU DE CUIDAR DOS SOBREVIVENTES!
MAS QUE MERDA DE PAÍS, MAS QUE MERDA DE GOVERNOS!
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Respirem fundo e desabafem,:)