Faz tempo ...

Faz tempo ... não sei quanto mas estou cansado!

Lembram-se deste sinal?

Faz tempo, talvez muito tempo ou tempo demais …. Dizem-me … que estou parado, escutando, observando …

 

Um dia destes visitei o “Capeta”       que não gostou nada da visita pois apareceu logo a Mrs.

  a convidar-me a entrar. Pois levei uma corrida e disse-me ter muita concorrência e que procurasse outro lugar, recomendando-me ficar onde estava pois já tinha inferno que bastava. 

Nos olhares ainda não consegui ver a coruja que toda as noites me saúda com o seu canto e na sua busca deparei-me com um sorriso irónico  que me fez instalar próximo do bichinho uma pequena lâmpada de Natal a pilhas que vai piscando para atrair os insectos (minha retribuição pelo sorriso).

Mas hoje … bem hoje dizem ser dia especial (deve ser especial para o comércio mundial) mas dia evocativo … sei mais ou menos o que vou encontrar e que não quero! Mas vou … de coração apertado em presente simbólico

Não sei em que estado volto… não sei se escreverei mais alguma coisa, não sei se publicarei esta porcaria… Sei que está tempestade lá fora! Cá dentro! Que sou a tempestade!

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… devagar … estava deitada no sofá, como de costume, soergueu-se e sentou-se em má posição quando me pressentiu. Sentei-me ao seu lado e começou a verborreia de queixas e estórias sem nexo. Dei-lhe a garrafa de água que bebeu sofregamente e de seguida o costume “deixa-me deitar!”

Pausadamente desembrulhei o presente enquanto lhe perguntava: -Sabes que dia é hoje? (Não.) -Dia de S. Valentim, enquanto lhe entregava a lembrança. A sua expressão crispou-se, vi as lágrimas a assomar e apenas disse: São lindas… deixa-me deitar!

Vi a filha e a neta a chegarem, levantei-me cumprimentei-as e fui encher a garrafa de água. Após o lanche que a filha teve o cuidado de lho dar acompanhada da neta, lá mereci um sorriso, um abraço e um beijinho. Nada mau ….

Amanhã será outro dia … se acordar!